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Audiodescrições - Tomie: sem título

  • 01 Sem título - Escultura Avenida 23 de Maio - São Paulo - 1988 - Escultura

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: A escultura em concreto armado, sem título, de 1988, medindo 40 metros de extensão, no canteiro central da Avenida 23 de Maio, em São Paulo, aos fundos do Centro Cultural São Paulo, é composta por quatro lâminas paralelas, que formam arcos ou ondas a partir do chão, passando a impressão de movimento. A parte de fora mantém a cor acinzentada original do concreto e as faces internas, são pintadas nas cores amarelo, laranja, azul e verde. Representam as quatro gerações de Nikkei, imigrantes japoneses e seus imigrantes nascidos no Brasil. Observações curatoriais: A obra pública feita em concreto armado, que se encontra na Avenida Vinte e Três de Maio, em São Paulo, foi comissionada no contexto da comemoração dos 80 anos da Imigração Japonesa. A escultura foi inaugurada em 1988 e consiste em 4 ondas de concreto, que totalizam 30 metros de comprimento. Situadas no canteiro central da avenida, apesar de suas características materiais mais robustas, as ondas aparecem como que em uma sequência de movimentos. O que dá ao conjunto certo cinetismo. A partir de meados da década de 1980, as obras públicas e esculturas se inseriram nos procedimentos criativos de Tomie Ohtake: os materiais incluem painéis pintados, murais de pastilha, concreto armado, chapa e perfil metálico e tubos metálicos com dupla curvatura.
    Played 2m 40s
  • 02 Sem título - Escultura Parque do Emissário Submarino - Praia José Menino - Santos - 2008 - Escultura

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: A escultura em aço, pintada com tinta automotiva, sem título, de 2008, mede 15 metros de altura, 20 de extensão, 2 de largura. Pesa sessenta toneladas, e é um marco da cidade de Santos. O Monumento ao Emissário Submarino, na cor vermelha, pode ser visto também da cidade de São Vicente, uma homenagem à bandeira do Japão. É constituída por faixas sinuosas afastadas e dobradas sobre si mesmas contendo elementos arredondados que remetem às ondas marítimas. A parte superior está voltada para o mar e assemelha-se à barbatana dorsal dos peixes. Apesar do tamanho monumental, a obra traduz uma grande leveza, lembrando uma fita ao sabor do vento. Está apoiada sobre uma base de concreto quadrada dupla e sobreposta, diante do mar. Observações curatoriais: Em 2008, por ocasião do Centenário da Imigração japonesa no Brasil, Tomie Ohtake criou duas esculturas, sendo uma delas instalada no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e a outra na orla de Santos, no Parque do Emissário Submarino. A grande escala e os múltiplos materiais mobilizados na execução desses trabalhos demandam uma natureza projetual e nascem de estudos diminutos, feitos sobre papel ou com recortes de papel feitos pela artista sem grande esforço. Para dar conta das suas obras públicas, Tomie se aliou à indústria, trabalhando com calculistas e engenheiros que traduziam seus estudos para as dimensões pretendidas pela artista. A escultura de Santos, que estamos tratando aqui, é toda em aço, pintada com tinta automotiva, possui 15 metros de altura e pesa 60 toneladas.
    Played 3m 4s
  • 03 Sem título - 1960 - Óleo sobre tela - Coleção particular

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: O óleo sobre tela, sem título, de 1960, obra abstrata medindo 74 por 74 cm, é composto por fundo esbranquiçado e manchado em tons de bege, cinza e preto, e por uma série de manchas pretas, afiladas, esfumadas e em ziguezague, que remetem a sombras ou vultos de algo em movimento. As manchas com contorno indefinido, impreciso, com tinta mais diluída e alguns traços marrons, também parecem desenhar uma silhueta deslocando-se pelo espaço. A obra de Tomie permite ao espectador essas diversas interpretações e reflexões. Observações curatoriais: Este trabalho, da década de 1960, encontra algumas afinidades com outros do mesmo período. Se nessa fase os olhos da artista costumavam estar fechados durante as pinceladas, é natural que não se conformem figuras ou símbolos reconhecíveis. Outra característica comum, como aponta o crítico Paulo Herkenhoff, é a ausência de qualquer gesto hiperexcitado ou superlativo, bem como as camadas de tinta serem irregulares e finas. Em outras palavras, não há acúmulo de tinta e em geral as pinceladas parecem ter sido aplicadas com paciência e lentidão, evitando respingos e linhas dramaticamente tremidas. Nesta pintura é possível notar uma influência da caligrafia tradicional japonesa, elemento que logo a artista buscou suprimir de seus trabalhos.
    Played 2m 41s
  • 04 Sem título - 1960 - Óleo sobre tela - Coleção Ronaldo Cezar Coelho

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: O óleo sobre tela, sem título, de 1960, obra abstrata que mede 121 por 101 cm, é inteiramente preenchida por pinceladas vigorosas e ligeiramente curvas, na paleta de cores quentes como vermelho, laranja, amarelo, remetendo a labaredas de fogo. Por toda a obra, notadamente na metade superior, percebe-se a presença de sutis traçados em preto e algumas áreas mais concentradas na mesma cor. As regiões escuras criam a sensação de vazio e profundidade, e quando detidamente observadas, é possível imaginar figuras ou silhuetas deslocando-se pelo espaço. A presença de grande quantidade de amarelo do lado inferior direito, caracteriza a área de maior iluminação da tela, composta por diversas camadas e sobreposição das cores. Observações curatoriais: Um dos elementos determinantes da série de pinturas produzida por Tomie na década de 1960 era seu caráter inclassificável. Segundo Paulo Herkenhoff, tratava-se de uma pintura que não tinha desejo nem pela forma, nem pelo informe, não era abstração geométrica, sequer abstração. Seu principal traço era de amparar-se no ato de pintar e na experiência temporal desses processos. Um dos recursos empregados por Tomie na fatura dessas pinturas é a remoção de filetes de tinta usando o cabo do pincel, deixando assim ver rasgos das camadas de tinta por ela encobertas. Nesta pintura de 1960, esse recurso se faz bastante presente. Com sulcos verticais, a artista evidencia camadas e tonalidades, cria ranhuras na matéria pictórica.
    Played 3m
  • 05 Sem título - 1964 - Óleo sobre tela - Coleção particular

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: O óleo sobre tela, sem título, de 1964, obra abstrata que mede 135 por 110 cm, na vertical, com fundo branco, mostra dois quadrados de contornos irregulares e diferentes dimensões. Um grande na cor amarela ocupa a maior parte da obra que parece equilibrar-se sobre outro bem menor, na cor preta, que está encostado e levemente sobreposto na base do quadrado amarelo. A figura geométrica maior revela-se com uma camada de tinta amarela sobreposta a outras camadas de tinta ocre, marrom ou preta, cujo efeito parece sujar ou sombrear o amarelo intenso por meio de ranhuras ou craquelados que denunciam as camadas escondidas. O quadrado amarelo tem na parte superior uma fina linha que vai de um lado a outro, rasgando-a. Na parte inferior, o quadrado centralizado preto também parece sobrepor outra camada de tinta mais clara. Uma linha irregular cinza atravessa o quadrado preto, na área de intersecção dos dois, como uma ruptura das cores. A parte inferior da obra tem o fundo branco. Tomie introduz a geometria em muitas de suas obras. As formas geométricas são construídas com contornos irregulares, linhas descontínuas, oscilantes e interrompidas. Observações curatoriais: O artista do expressionismo abstrato Mark Rothko é uma das principais referências em pintura para Tomie Ohtake. Rothko e Ohtake compartilham o interesse de proporcionar estados contemplativos e meditativos por meio da pintura. A própria artista comenta, em uma entrevista com o jornalista Miguel de Almeida, em 2006: “Rothko é um dos artistas que admiro bastante. Alguns trabalhos meus, da década de 1960, chegaram a cruzar com os dele. No caso dele, o encontro das cores se dá de uma forma em que uma cor repousa sobre a outra. No meu caso, elas criam uma ruptura, aparecendo então uma linha. Essa é a diferença fundamental: a cor do Rothko se espalha por cima da outra cor, enquanto a minha recorta uma superfície da cor existente e nesse vazado ponho uma outra cor.”
    Played 3m 35s
  • 06 Sem título - 1966 - Óleo sobre tela - Coleção Cesar Giobbi e José Paulo Mortari

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: O óleo sobre tela, sem título, de 1966, mede 135 por 90 cm, na vertical, e retrata, sobre fundo branco, dois losangos vermelhos ligeiramente deslocados para a esquerda, cujos contornos irregulares e esmaecidos em amarelo revelam que foram sobrepostos por algumas camadas de vermelho. O losango superior tem dimensões maiores, com o angulo superior e o angulo esquerdo interrompidos pelas bordas da tela. O losango menor que está na parte de baixo, encosta o angulo superior no outro. Uma faixa preta com pinceladas carregadas, vai do centro do losango superior para a esquerda em diagonal, e segue ziguezagueando, formando um ângulo agudo e outro aberto, descendo até o canto inferior direito da obra. Assim como os losangos, a faixa preta também tem camadas inferiores de outra cor que aparecem sutilmente nos contornos. Observações curatoriais: Em texto publicado na ocasião da retrospectiva de Tomie, em 2000, o crítico e curador Paulo Herkenhoff analisa as pinturas elaboradas entre as décadas de 1960 e 1970 e afirma: “algumas pinturas apresentam linha retas, ângulos e planos retangulares tratados como disciplinada pintura, mas também imprecisão. Ohtake inventa um híbrido harmonioso.” Para Herkenhoff, essas pinturas são marcadas por um irracionalismo comedido e compõem uma série em que uma geometria sensível passa a ser o traço fundamental da artista. Na pintura em questão, essa imprecisão aparece nas ligeiras deformidades que contornam os quadrados vermelhos. A tensão estabelecida entre eles é intensificada pela presença da linha que, num gesto rápido, parece aludir ao giro e à rotação.
    Played 3m 3s
  • 07 Sem título - 2014 - Acrílica sobre tela - Coleção particular

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: A acrílica sobre tela sem título, de 2014, mede 100 por 150 cm, na horizontal, é composta por espessas camadas de tinta branca que evidenciam rastros por onde o pincel foi pressionado contra a tela, deixando volume de tinta e formando relevos, reentrâncias e sutis contrastes entre luz e sombra. Na área central, insinua-se um círculo descontinuado, constituído por esses relevos. Algumas pontas pequenas das formas geradas pelo acúmulo de tinta não sucubiram ao peso das camadas de tinta e destacam-se arrepiadas em vários pontos da obra. Observações curatoriais: Em 2013, quando Tomie Ohtake já havia completado 100 anos de idade, a artista iniciou uma nova série de pinturas monocromáticas em branco, vermelho e outras cores saturadas. O que une a série, além do partido cromático, é a aplicação de espessas camadas de tinta, acumuladas a ponto de transformar o plano da tela em uma espécie de topografia repleta de acidentes e descontinuidades. Essa acumulação de matéria sobre a tela acaba por rebater a luz incidente, ao mesmo tempo que projeta sombras, movimentando texturas e linhas. As sombras atuam, assim, como elementos da pintura e produzem a percepção de contrastes cromáticos. Essas formas são compostas sem linhas, portanto um gesto oposto ao que Tomie fez em suas esculturas tubulares, em que é a linha que se liberta e, autônoma, desenha no espaço circundante. Quando terminou esse grupo de obras, Tomie Ohtake começou a afirmar que sua obra estava concluída, que muito tinha sido feito e que chegava a hora de descansar. Poucos meses depois, Tomie faleceu, aos 101 anos de idade.
    Played 3m 9s
  • 08 Sem título - 1983 - Óleo sobre tela - Coleção particular

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: O óleo sobre tela, sem título, de 1983, em tons monocromáticos de azul, medindo 150 por 150 cm, é composto por uma grande forma com contorno arredondado e ondulado na parte superior, preenchida por sombras azuladas, que escurecem mais intensamente o lado direito e a base da figura. A forma ocupa quase toda a obra e parece flutuar sobre fundo mais escuro em azul noite. A tela é atravessada verticalmente, mas sem chegar nas extremidades, por uma singela e fina linha em um tom de rosa vívido que parece dividir, demarcar ou cindir a obra em dois lados ou partes. Observações curatoriais: No final dos anos 1970, as diversas mudanças pelas quais passa a produção de Tomie são lidas pela crítica como certa desenvoltura da artista, que assume novos horizontes e riscos. O jornalista e crítico Casimiro Xavier, em seu texto para a primeira retrospectiva da artista, na década de 1980, no MASP, busca contextualizar essas mudanças. Para ele, Tomie permitia-se naquele momento uma dose de fantasia. Em algumas pinturas, a artista parecia aproximar-se do mundo real, em outras, criava novas formas, como cápsulas ou menires. A artista passou a construir, segundo o crítico, uma série de paisagens mentais e imaginárias, demarcadas por gestos muito sutis e planos vívidos de cor. A pintura em questão é um desses exemplos, produzida nos anos 1980, e foi uma das obras que integraram a retrospectiva da artista.
    Played 2m 52s
  • 09 Sem título - 2009 - Acrílica sobre tela - Coleção particular

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: A acrílica sobre tela, sem título, de 2009, obra abstrata que mede 170 por 170 cm, mostra, sobre fundo vermelho intenso com suaves manchas de tinta preta bem diluída, uma circunferência incompleta na cor preta que se destaca sobre a cor vibrante do fundo. Ocupando quase todos os limites da tela, a circunferência começa na parte superior esquerda, mais larga e com um sombreado na parte interna. A medida que a tinta preta percorre a obra, a faixa que desenha a forma circular, tantas vezes utilizada pela artista, vai ficando sutilmente mais estreita até o término no meio do lado esquerdo. Observações curatoriais: Para Miguel Chaia, a partir dos anos 1990 a geometria curva e a dimensão cósmica na obra de Tomie Ohtake atingem uma terceira fase, mais aguçada, na qual o enfoque da produção da artista reside cada vez mais no ato de fazer e menos na forma. Chaia identifica, nessa fase, uma tendência a diluir a relação entre figura e fundo por meio de uma organicidade espacial. A pintura se tornaria uma espécie de portadora das certezas e dúvidas da artista, e essa leitura encontra uma significação especial nesta pintura de 2009, uma vez que a circularidade inconclusa aqui apresentada invoca o pensamento tradicional do ensō, que, por sua vez, incorpora noções de completude/incompletude e perfeição/imperfeição.
    Played 2m 46s
  • 10 Sem título - 1986 - Serigrafia - Coleção da artista

    15 MAY 2023 · Audiodescrição: A serigrafia sem título, de 1986, obra abstrata que mede 96 por 64,1 cm, na vertical, é composta por três linhas grossas que percorrem juntas o fundo branco, de cima a baixo, do canto superior direito para o canto inferior esquerdo, em curva e em tons que vão do vermelho aquoso ao intenso e escuro. As linhas feitas com pinceladas densas e carregadas de tinta, têm limites imprecisos e estão levemente sobrepostas em degradê. Observações curatoriais: Ao longo de sua trajetória, Tomie Ohtake encontrou duas formas mais contundentes de democratizar o acesso a seu trabalho. A primeira delas foi por meio das suas obras públicas, que podem ser vistas em cidades de São Paulo e de outros estados brasileiros. A segunda maneira se deu pela sua prática com a gravura. Se as obras públicas apostam na escala para atingirem um grande público, as gravuras se valem da reprodução para permitir que os trabalhos possam ser vistos e adquiridos por um maior número de pessoas. As linhas vermelhas presentes nessa gravura lembram as curvas que demarcam o teto do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, projetado por Oscar Niemeyer. Para esse espaço, a artista concebeu uma série de fitas vermelhas que contornam o hall de entrada. Como espécies de pinceladas contínuas, Tomie reconfigura toda a arquitetura do espaço estabelecendo íntimo diálogo com a rampa em espiral ali presente.
    Played 2m 34s

Audiodescrições e comentários curatoriais de obras selecionadas do material educativo Tomie: sem título. Para ouvir apenas as ambientações sonoras acesse: https://www.spreaker.com/show/ambientacoes-sonoras-tomie-sem-titulo Downoload gratuito do material educativo: (aguarde) Ficha técnica Ambientações...

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Audiodescrições e comentários curatoriais de obras selecionadas do material educativo Tomie: sem título.

Para ouvir apenas as ambientações sonoras acesse:
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Ficha técnica

Ambientações Sonoras
Bianca Milanda: composição e edição de som
Juliana Keiko: composição de direção musical

Audiodescrição
Elaboração de roteiros de audiodescrição: Lívia Motta e Rosangela Fávaro
Consultoria: Roseli GarciaNarração: Lívia Motta e Fernando Victorino
Edição e finalização: PH Soluções Audiovisuais

Observações curatoriais
Julia Cavazzini
Priscyla Gomes
Diego Mauro

Revisão
Divina Prado

Coordenação
Claudio Rubino
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