NOVA CHANCE


Sempre
Que amanhece
Janeiro
A flor
Do tempo
Orvalha
Nova chance

Que o sol
Aqueça
Um sorriso
De Igualdade
Que a lua
Encha
Uma maré
Que reumanize
A humanidade
Que até
O impossível
Ganhe
Lampejo
De possibilidade

Basta
Que a esperança
Ameace
Aparecer
Que logo
O povo
Faz mira
Afoita
Pra tudo
Quanto é
Querer

Sempre
Que amanhece
Janeiro
A flor
Do tempo
Orvalha
Nova chance

Não existe
Pecado
No desejar
Mas é
Preciso
Consciência
De que
No mesmo
Instante
Outros
Não tem
Se quer
Um pedaço
De felicidade
Pra se apegar

Tem história
Por aí
Escrita
Em garrancho
Tão sofrido
Que nada
Que preste
Ainda
Que sonhado
Se faz
Milagre
Pra ser
Vivido

Na esteira
Dessa jornada
De poucos
Com quase
Tudo
E muitos
Com quase
Nada

Lúcida
É a vaidade
Que bota
Freio
No afã
Da sua
Própria
Vontade

Sempre
Que amanhece
Janeiro
A flor
Do tempo
Orvalha
Nova chance

Em tempos
De céu
Azul carbono
Tá sobrando
Ideia
Embrulhando
Futuro
Enquanto
Cada um
De nós
Precisa
Urgentemente
Do presente
De todo
Mundo

Lembrança
Valiosa
Recheada
De outros
Quereres
Feita
Pra ser
Repartida
Várias
E várias
Vezes

Sempre
Que amanhece
Janeiro
A flor
Do tempo
Orvalha
Nova chance

Oportunidade
Recém-nascida
Pra viver
Ou compartilhar
Coisas
Que não custam
Nada
Mas tem
A força
De mudar

Tolerância
Horizonte
Amizade
Empatia

Sorriso
Fé
Autoestima
Ousadia

Entrega
Perdão
Honestidade
Loucura

Família
Tempo
Inclusão
Doçura

Garra
Gentileza
Coragem
Educação

Respeito
Amor
Liberdade
Expressão

Sempre
Que amanhece
Janeiro
A flor
Do tempo
Orvalha
Nova chance

Pra fazer
Diferente
Ou como diria
Minha avó
Pra tomar jeito
De gente

(Marcelo Caettano)